Vamos
conhecer um pouco da marca!!
Para
contar um pouco da história da marca CHANEL é imprescindível conhecer um pouco
da vida de sua criadora, a estilista francesa. Mitômana, nunca quis admitir sua
origem pobre. Foi apenas após a sua morte, em 1971, que os reais fatos de sua
infância ficaram conhecidos do público. Nascida no interior da França, na
pequena vila de Saumur em 19 de agosto de 1883, Gabrielle Bonheur Chanel ficou
órfã de mãe (que era costureira) aos treze anos de idade. Seu pai, Albert
Chanel, a mandou para um pensionato da cidade francesa de Auvergne, onde
permaneceu até o fim da adolescência. Porém, a vida simples da cidade
interiorana não condizia com a ânsia de Coco Chanel que trabalhou como
balconista em uma loja de tecidos (onde aprendeu a profissão de costureira e a
manejar a agulha com perfeição) e até em um cabaré chamado Café Beuglant de la
Rotonde , onde cantava a música “Qui qu’a vu Coco dans le trocadero?” (responsável
pela origem de seu apelido Coco).
Mas o
intuito de vencer na vida era mais forte e, para isso, ela decidiu sair à
procura de amantes, de preferência homens ricos, que pudessem lhe ajudar. Esse
foi o primeiro grande confronto de Coco Chanel com a sociedade machista do
início do século XX. O envolvimento com o milionário oficial da cavalaria
Etienne Balsan levou-a a Paris e a inseriu na alta sociedade da capital
francesa. Com a ajuda do cobiçado playboy inglês Arthur Capel (que muitos dizem
ter sido o grande amor da estilista e morreu jovem em um acidente
automobilístico em 1919), montou sua primeira loja, a Casa Chanel (Chanel
Modes) em 1909, no piso térreo de um edifício em Paris. No começo, vendia
elegantes chapéus e acessórios para mulheres. A loja estava localizada na
região da Balsan, que era ponto de encontro dos burgueses e políticos franceses
e suas amadas, e uma oportunidade para Coco vender seus famosos e impecáveis
chapéus. O estilo simples, sem grandes adornos de flores, encantou as damas
parisienses que frequentavam o jóquei clube da cidade. A partir desse momento,
Coco Chanel decidiu dedicar-se à costura. Arthur viu em Coco uma futura mulher
de negócios e a ajudou a adquirir um imóvel no prestigioso número 21 da Rue
Cambon, no ano de 1910.
Seus
cortes simples encantaram e, em 1913, antes da Primeira Guerra Mundial,
inaugurou, simultaneamente, duas boutiques de moda, em Deauville (um dos
elegantes centros da França na época) e em Paris. Nesta época ela começou a
criar roupas esportivas femininas, como por exemplo, blusas com golas rolês,
inspiradas nas roupas dos marinheiros, feitas de malha e tricô. Em 1916, quando
já chefiava um exército de 300 funcionários, abriu uma loja de alta costura em
Biarritz e, em 1921, fixou-se definitivamente no mítico n.º 31 da Rue Cambon,
onde a Maison Chanel existe até os dias de hoje. Ainda nesta época foi ousada
ao se tornar a primeira estilista a lançar um perfume com sua assinatura. Coco
costumava dizer que no mundo da moda havia um excesso de homens que não sabiam
como proporcionar o conforto às mulheres. Foi por isso que o estilo criado por
ela revolucionou o século XX: ao libertar a mulher das faixas e corpetes
apertados em saias cheias de babados, permitiu que se sentissem livres e
poderosas, vestidas de maneira simples e prática. “Não há mulheres
feias, há mulheres mal cuidadas”, costumava dizer. Com essa filosofia,
queria atingir o maior número de mulheres que possíveis através de suas roupas
de cortes retos e elegantes. Não se importava em ser copiada por outros
estilistas; o que mais a alegrava era ver mulheres vestindo suas inovações.
Jérsei,
cardigã, sapatos sem salto, vestidos de corte a direito e sem mangas, jaquetas,
saias plissadas, tailleurs, bolsas com alça de corrente dourada: a renovação do
guarda-roupa feminino para servir ao bel-prazer da mulher de bom gosto e poucos
recursos estava disponível na criatividade de Coco Chanel. Era o chique
minimalista que seria adotado por aquelas que estavam cansadas dos costumes da
Belle Epoque e do vestuário excessivamente ornamentado. O vestido preto de
crepe com mangas justas e compridas (que ficou conhecido como “Little Black
Dress” ou “Pretinho Básico” em português) seria outra de suas
grandes invenções que se tornaria célebre e ousada, afinal era uma cor inédita
para a alta-costura normalmente atribuída ao luto. Saindo das festas de gala e
dos momentos de luto, se transformaria no curinga e, de antemão, marcaria o
perfil da mulher moderna, preparada para ser uma profissional e parecer
feminina e elegante em qualquer situação. Utilizado pela primeira vez em 1926,
o modelo foi chamado pela revista Vogue como o “Ford dos vestidos” (uma alusão
aos carros da marca americana que eram produzidos e vendidos em larga escala).
No auge de
sua fama, durante a década de 30, empregou 4.000 funcionários e chegou a vender
28.000 peças em um único ano. O segredo do sucesso de Chanel era simples:
apenas desenhava roupas que gostava de vestir. Não colocava seus esboços no
papel, criava-os em cima do tecido, no corpo da modelo. Isso porque era a roupa
que deveria se adequar ao corpo, e não ao contrário, como gostava de dizer.
Durante a
Segunda Guerra Mundial Chanel chegou a trabalhar como enfermeira, uma vez que
os negócios relativos à moda estavam em baixa e somente acessórios e perfumes
de sua marca eram comercializados neste período. Nesta época envolveu-se com o
oficial alemão Hans Gunther von Dincklage, o que lhe custou o exílio na Suíça.
Em 1954
voltou a Paris e retomou seus negócios na alta costura. Sua carreira teve um
renascimento nesta época. O cardigã, o vestido preto e as pérolas tornaram-se
marcas registradas do estilo CHANEL de fazer moda. Quando apresentou a coleção
de 1958, as francesas ficaram maravilhadas. A revista ELLE escreveu em
destaque: “Dez milhões de mulheres votam CHANEL”. Suas inovações,
de fato, retocaram toda a silhueta feminina. O novo comprimento de suas saias
mostrou os tornozelos das mulheres, cujos pés passaram a contar com sapatos
confortáveis de bicos arredondados. Pérolas em especial, e bijuterias em geral,
ganharam lugar de destaque entre os acessórios, cachecóis enrolaram-se com
classe nos pescoços e seu corte de cabelo tornou-se simétrico, reto, mostrando
a nuca - o eterno corte CHANEL.
No ano de
sua morte, no dia 10 de janeiro de 1971, aos 87 anos, no luxuoso Hotel Ritz de
Paris, Coco Chanel ainda trabalhava ativamente desenhando uma nova coleção.
Assim como toda a história de sua vida, o momento da morte também foi marcado
por glamour e boatos. Sozinha, no quarto do sofisticado Hotel Ritz, onde viveu
por aproximadamente 33 anos, a estilista teria dito a uma camareira que estava
presente: “Vê? É assim que se morre. Sozinha, mas sempre chique”. O
seu funeral foi assistido por centenas de pessoas que vestiam suas roupas em
sinal de homenagem. Depois de sua morte, o empresário francês Jacques
Wertheimer, que mantinha proximidade com Coco Chanel desde 1954, comprou a
marca e a manteve sem grandes inovações, lucrando com a venda de perfumes, cosméticos
e acessórios. Seu filho, Alain, fez disparar as vendas da fragrância Chanel nº
5 ao diminuir sua produção e retirar o perfume das prateleiras das farmácias,
atribuindo-lhe um conceito de exclusividade, além de investir uma fortuna em
publicidade. O ano de 1983 foi marcado pela chegada de Karl Lagerfeld à empresa
como diretor artístico da marca tanto para a linha de alta-costura quanto para
a de prêt-à-porter. Era o início de uma nova e glamorosa fase para a marca
CHANEL comandada pelo “Kaiser da Moda”, que na época possuía apenas 19 lojas em
todo o mundo.
O estilo
clássico criado por mademoiselle Chanel, revitalizado por Lagerfeld, atravessou
o século 20 e se tornou atemporal. Nos anos 90, a CHANEL abriu mais de 40 lojas
próprias nas mais elegantes e sofisticadas avenidas e cidades do mundo,
incluindo a primeira unidade em Tóquio (1994), para delírio das japonesas, fãs
incondicionais da marca. Sob o comando do executivo Françoise Montenay, a
CHANEL ingressou no novo milênio revigorada e cheia de novidades, que começaram
com a inauguração em 2001 da primeira boutique da marca especializada somente
em acessórios. E seguiu em 2002, com uma luxuosa loja em Nova York
especializada somente em joias e relógios. Hoje em dia um dos maiores sucesso
da grife atende pelo nome de LES EXCLUSIFS, uma coleção de
fragrâncias raras criadas no passado pelo perfumista de Mademoiselle Chanel,
Ernest Beaux, e recriadas hoje por Jacques Polge, o perfumista da Maison. Além
disso, a marca expandiu seu portfólio com o lançamento de cosméticos, óculos de
sol e de grau. Foi desta maneira que a grife CHANEL se tornou mundialmente
reconhecida como um dos maiores impérios da moda, sempre exaltada pelos
críticos por seus artigos de extremo luxo e altíssima qualidade.
O perfume das estrelas, um dos produtos da marca Channel.
O perfume mais famoso do mundo foi criado por Ernest Beaux, famoso perfumista da época, a pedido de Coco Chanel, que sugeriu: “Um perfume de mulher com cheiro de mulher”. Dentro de um frasco em estilo art déco (feito em cristal, retangular, com uma espécie de selo identificador, quase como se fosse uma etiqueta), que foi incorporado à coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959, o Chanel nº 5 foi o primeiro perfume sintético a levar o nome de um estilista.
O perfume alavancou seus negócios e se tornou legendário. Mas foi Marilyn Monroe quem tornou o perfume um verdadeiro sucesso. Ao ser entrevistada em 1955, perguntaram o que vestia para dormir. Marilyn respondeu: “Apenas algumas gotas de Chanel nº 5”. Com a resposta, as vendas do perfume dobraram, fazendo a marca embolsar US$ 162 mil naquele ano.
Em 2004 foi lançada uma estonteante campanha publicitária do perfume estrelada pela atriz Nicole Kidman, então o novo rosto do CHANEL nº 5 para encarnar a elegância e modernidade do produto. A campanha contou ainda com um pequeno filme de 2 minutos dirigido pelo renomado Baz Luhrmann, de “Moulin Rouge”, que contava com Nicole Kidman e o brasileiro Rodrigo Santoro. O filme, orçado em US$ 20 milhões, conta a história de uma atriz que foge de fotógrafos em uma première e termina nos braços de um estranho escritor. Tudo embalado ao som da Orquestra Sinfônica de Sydney, que toca uma versão de “Clair De Lune” do compositor Claude Debussy.
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